“Toma conselhos com vinho, mas toma decisões com Água”

Marivaldo Lima
3 min readDec 20, 2020
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Quem já ouviu a frase “toma conselhos com vinho, mas toma decisões com Água”? Dizem que é do Benjamin Franklin, realmente não tenho certeza, mas independentemente de quem seja, é difícil de não concordar. A medida certa de sobriedade nos leva a decisões favoráveis, na maior parte das vezes.

Trago essa temática a mesa — com água — porque ela tem brotado em minhas reflexões. Acontece que, conforme ficamos mais velhos, com mais cautela tomamos decisões; estas que, quase sempre, veem com a ajuda de pessoas sinceras que surgem em nossas vidas.

Então, estive pensando: como credibilizar um conselho? Como fazer dele uma decisão para nossas vidas? Até que ponto eu posso levar em consideração uma percepção de determinado assunto, por exemplo, de um amigo em que eu convidei para jantar? Quem são os escolhidos para seu disputado hall de conselheiros? É sobre isso que tenho pensado, esses dias.

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Quem aí já se deu mal por seguir um conselho de alguém? Lembro-me dos meus dias de garoto, em que fui informado do interesse de uma menina por mim e que, quando tentei aproximação, percebi que nada daquilo existia, sendo, na verdade, uma maneira dos meus amigos me trolar. Não avaliar um conselho é um dos mais comuns erros de quem costuma se dar mal.

Quem aí já deu mais credito para os conselhos dos amigos que os dos seus próprios pais? (EEEUUU). Não exemplificarei porque não haveriam páginas suficientes para falar das vezes que me dei mal por agir assim. Credibilizar conselhos por afinidade é, quase sempre, maléfico.

Parece maluco pensar desta forma, mas há pessoas que aconselham exatamente o que você quer ouvir. E isso acontece sempre em dois casos: quando a orientação é paga ou quando aquela pessoa gosta tanto de você que, para lhe fazer sentir bem, orienta exatamente da forma que você desejaria ser orientado. Portanto, nesse caso, avalie e conceda confiança aos sinceros, pois, no fim, geralmente, são os seus conselhos que prevalecem.

Um dia, meu filho, enquanto estávamos passeando, perguntou-me: “papai, por que me castigar é para o meu bem se isso não é bom? ” Ele, em sua infantil ingenuidade, achava que, por amá-lo incondicionalmente, eu o isentaria das punições que ele mereceu. Eu preferi demostrar meu amor corrigindo a eximi-lo dos seus erros. Conselhos, para decisões profícuas, as vezes doem.

Eu demorei para aprender princípios sobre essa área. A máxima de “aprender com os erros dos outros” nem sempre funcionou comigo, eu tive que cair para aprender a levantar. Por isso, para não cair sempre, tento escolher os melhores conselhos e não misturá-los com vinho.

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